sábado, 3 de maio de 2014

Liberdade de escolha

Olá, pessoal. Tudo joia?
Hoje vim postar sobre umas coisas que eu ouço da turma de cegos com quem tenho contato na internet, e que me sinto sofredora de preconceito por parte dos cegos.
Bem, a maior parte dos cegos anda sozinha nas ruas, se vira, ou com a bengala ou com o cão guia. Pega o primeiro taxi que arruma e sai rumo a fora.  Eu não sou assim, preciso confiar em quem está comigo. Pegar um motorista, um taxista ou um onibus de confiança, com pessoas em quem eu confie, se puder estar de carona com um amigo, melhor ainda. E não me vejo saindo na rua de bengala, apesar de achar que ainda vou fazer um curso de orientação e mobilidade, pra ter o direito de escolher, do qual já falo lá na frente.
E é aí que está. Sofro preconceito por parte da turma de cegos com quem converso na internet, dizendo que eu sou dependente, que nunca conseguirei nada, blablabla, até de infantil já me chamaram por isso. E não só eu, muitas pessoas como eu sofrem esse tipo de preconceito.
Acredito que eu sair ou não só, não me faz diferente de ninguém, assim como quem sai só também não é mais ou menos maduro do que eu. Além disso, não quer dizer que eu ache que a orientação e mobilidade, que é aprender a andar só nas ruas, não seja importante, claro que é, tanto que assim que meus pais forem embora, vou dar um jeito de fazer. Mas se eu fizer, e mesmo assim, não me sentir segura, quero ter o direito de não o ser, de pedir ajuda, de achar que não posso, sem por isso ser tachada como alguém que valha menos por causa disso.
Os deficientes falam tanto em eliminar os preconceitos, mas tem restrições por uma coisa que na verdade, vai influenciar apenas e tão somente na minha vida e na dos que me sercam, não na deles. Por isso, enquanto os jornalistas pedem a liberdade de expressão, eu clamo: liberdade de escolha para os deficientes!

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