quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Quando eu não me basto

Oi, pessoal. Tudo bem? Hoje vim falar daqueles dias em que, mesmo rodeados de pessoas, nos sentimos sos. Não me importo muito em ser solteira, me conformei com o fato de que, por algum motivo, sou invisível como mulher; mas tem dias que a solidão e a carência batem forte, chega a doer mesmo. E isso, afetivamente falando. Meu sonho sempre foi casar e ter um casal de filhos; até me pegava, quando mocinha, escolhendo nomes para eles. Mas depois me conformei em ter um gato e aproveitar toda a preguiça é aquela vida mansa que só quem solteiro pode ter. Mas as vezes, sinto falta de alguém pra eu cuidar e cuidar de mim; alguém pra envelhecer ao meu lado e que me faça sentir especial e amada como mulher. Ainda bem que amanhã é outro dia, e eu estarei tão ocupada curtindo minha preguiça eterna, que não terei disposição pra pensar nessas coisas melosas. Então, bora ouvir modão descornado, que amanhã é outro dia!

Um comentário:

José Marcos disse...

Oi Thaís!
Ví sua postagem no facebook, mas acho que você já recebeu conselhos demais por lá.

Daí vim dar uma olhada no que você escreve. Acho legal. E não fugindo do tema, eu também tenho um blog. E se quiser alguma ajuda no seu, é só me dizer.

Mas enfim. por mais que a gente esteja bem algum dia, ou alguma semana, ou até por uma boa quantidade de tempo, vai ter uma hora que a gente vai sentir sozinho, não importando quantos estejam em nossa volta. E não estou dizendo no sentido literal.
Famílha, amigos, contatos. Deus não fez a gente pra viver sozinhos. Mas achar a pessoa certa, pra quem enxerga e quer fazer a coisa certa já é difícil. Quanto mais pra quem tem uma, barreira entre áspas, vista por outras pessoas.

Hoje sou casado, mas deixa te contar uma coisa que minha esposa me disse que aconteceu com ela enquanto a gente ía que não ía.

Um dia, quando ela voltava do trabalho, um rapaz ajudou ela. Coisa normal de todo dia com qualquer pessoa cega.
No dia seguinte, coincidentemente, o mesmo rapaz encontrou ela e à ajudou novamente.
Depois de mais dois dias, novamente. Mas dessa vez, o rapaz pediu o telefone dela.
Ela deu normalmente o número. E enquanto ele estava ajudando ela no ponto do ônibus, ele segurou a mão dela.
Ela disse que sentiu uma coisa muito boa naquela hora, e começou a imaginar muitas coisas boas, pois o rapaz parecia ser muito simpático, calmo, e tinha todo cuidado com ela.
Daí me parece que na mesma semana ele ligou pra ela. Ela ficou muito feliz, e muito nervosa.
O rapaz chamou ela para ir em um hotel. Ela disse que tudo caiu. Ficou muito revoltada, e deu uma bronca no cara. Ele pediu desculpas, e disse que não sabe o que deu nele. E disse que ligaria novamente.

Nunca mais ela encontrou ele de novo.

Ela ficou muito arrasada, pois todos os rapazes que se aproximavam dela, bom, não todos né? Por mais interessante que fosse o meio do assunto, mas o final da conversa acabava em um relacionamento flash.
Percebi que a maioria das moças aqui do RJ, e algumas espalhadas pelo Brasil é assim.

Daí alguém pode dizer, não é só com as cegas, acontece com geral. Mas é diferente alguém menosprezar o sentimento de uma DV, para alguém que enxerga.

Daí foi aquela deprê. E ela ficou pensando, será que é só para isso que os homens que enxergam acham que a gente serve?
Eu nunca acreditei firmemente que o relacionamento de uma mulher vidente com um cego desse certo. Mas de um homem com uma mulher cega, já acho que sim. O problema é que esses homens já tem uma idade mais acima dos 40 anos, e possivelmente já tem filhos.
Mas eu sei que existe alguém poraí que não liga prá isso. Quando eu ainda enxergava, muito de vez em quando encontrava uma mulher cega. E pelo fato de eu nunca ter enxergado direito na minha vida, não sei se era isso, não achava que dentro de mim teria como a cegueira de uma mulher, um motivo para não tentar um relacionamento sério.

Sei lá. Existem mais de 6 bilhões de pessoinhas nesse planeta. Pelo menos 10% é cego.
Mas se os outros 90% estão batendo cabeça, então fica parecendo que a dificuldade é geral.
É claro que enxergar ajuda bastante passar por esse processo. No meu caso, antes de casar, e até agora também, dava graças à Deus por ser cego, e apenas cego.
Desculpe, não sei se você tem mais algum problema! Mas enfim.
Tem hora que a solidão bate mesmo, e só tem uma pessoa pra acabar com isso. O problema é saber onde ela está. Não sei se o problema que você disse tem muito haver com o que escrevi, mas geralmente é o que pesa mais.
Ter um gato é legal. Mas tem hora que precisamos mais dos humanos.