sábado, 9 de novembro de 2013

COMPARTILHAR PRA CRESCER

Oi pessoal, tudo joia? Hoje vim falar com vocês sobre uma experiencia muito legal que tive semana passada e que enriqueceu minha vida e mudou meu modo de ver as coisas que me rodeiam. Numa sexta-feira fui falar sobre minha deficiencia e do quanto sou igual a todos, para uma escola composta em sua maioria por crianças bem pequenas. Até aí, nada demais, pois todos nós deficientes somos convidados a dar esse tipo de depoimento todo o tempo. O que muda é o que eu aprendi com tudo isso. Antigamente eu não me incomodava com nenhuma pergunta que me fizessem referente a minha deficiência, do que eu posso ou não fazer e tudo mais, mas me incomodava muito o fato de todos quererem que eu falasse sobre minha deficiencia em público, tipo dar palestras sobre o assunto. Queria dar uma bomba em quem sugeria isso pra mim, E principalmente, achava um modo de se sentir a vítima da história ou de se achar super-herói, coisa que não somos nem de longe, nem os melhores e nem os coitados. No entanto, tudo começou a mudar durante a faculdade. Eu mesma, mesmo sem querer, fiz meu trabalho de conclusão de curso sobre o marketing pessoal e sua importância para pessoas com deficiencia, por julgar que meus amigos da comunidade cega virtual se viam como vítimas ou coitados; eu mesma não percebia que se o fato de ser deficiente já não ajudava muito na vida social, se você não tiver boa aparência e for invisivel, a coisa fica ainda pior. Na luta por uma vaga no mercado de trabalho e na busca por cursos de aperfeiçoamento é que fui sofrer preconceito, já que quando criança ou adolescente, nunca sofri com isso. Claro, enquanto o deficiente tá em casa, tudo bem, o problema é quando ele tem a ousadia de querer ser igual aos outros e querer fazer o que todos fazem: trabalhar e se aperfeiçoar. E foi aí que vi a importância de falar sobre o quanto somos gente, que gostamos de tudo que todos gostam, que faz tudo que todo mundo faz, que pensa; e vi a necessidade de me afirmar como mulher e não como pessoa cega. Quando falei pra aquelas crianças, vi a oportunidade de fazer do mundo um pouco melhor, pelo menos do meu pequeno mundo. Vi ali um modo de, quando eles crescerem, se lembrarem pelo menos vagamente do que eu disse, de que a diferença é pra ser respeitada, porque de algum modo, todos nós somos diferentes um do outro, ou na cor, na aparência, na autura, no saber. De que não é a deficiencia que faz de alguém melhor ou pior, e sim a personalidade de cada um. Portanto, você que como eu pensava, acha que dar seu depoimento é uma bobagem sem tamanho, veja isso como sua contribuição para fazer pelo menos do seu mundo, um lugar melhor. A final, não é só o mundo que deve algo a nós, nós devemos e muito ao mundo onde vivemos.

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